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50% não acredita que segundo mandato de Richa será melhor

Nos últimos dias, o governador Beto Richa (PSDB) tem repetido que vai “desmistificar a tese de que a segunda gestão não consegue superar a primeira”. Os paranaenses, porém, estão rigorosamente divididos em relação a isso. A maioria (50,19% da população) acredita que o próximo mandato do tucano será no máximo igual ou pior que o atual. Os que acham que será igual são 35,29% dos paranaenses e os que será pior, 14,90%. Por outro lado, 46,14% esperam que Richa faça um segundo governo melhor que o primeiro. O cenário configura um empate técnico dentro da margem de erro do levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo.

Apesar de ter sido reeleito no 1.º turno com 55,67% dos votos válidos, o índice de paranaenses que projetam um segundo mandato de Richa melhor que o atual é quase 10 pontos porcentuais menor. Na avaliação do cientista político Doacir Quadros, do Grupo Uninter, os números refletem uma tendência nacional de que os eleitores sejam mais exigentes com governantes reeleitos .

Quadros cita uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas, segundo a qual a possibilidade de reeleição para o Executivo era de 62% em 2004. Em 2012, esse índice caiu para 48%. “Cada vez mais, o eleitor está mais crítico em relação ao governo vigente. Os próprios resultados dos últimos pleitos mostram que a reeleição ficou mais difícil”, afirma. “Mas os 46,14% alcançados pelo governador Beto Richa nesta pesquisa mostram que ainda há uma boa aceitação ao desempenho dele no governo.”

Médicos especialistas

Os paranaenses defendem que a saúde seja a prioridade de Richa (32,75% das citações), seguida por educação (16,27%) e segurança pública (12,61%). O maior desejo para a saúde é que o governo contrate mais médicos (26,60%), sobretudo especialistas.

Integrante da diretoria do Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde (Sindisaúde), Elaine Rodella afirma que, se por um lado é triste saber que o setor não vive uma boa situação conforme aponta a pesquisa, os números são um convite para que população cobre mais do governo. “Fica o alerta de que os paranaenses pedem respostas rápidas”, afirma. Ela destaca que, desde a aprovação da Emenda 29, em 2000, o Executivo estadual nunca investiu 12% do orçamento anual em saúde. “Se falta dinheiro, é porque a saúde não é prioridade. Infelizmente, o serviço prestado não é de boa qualidade justamente por isso”, critica.

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Saúde, Michele Caputo, argumenta que, invariavelmente, o setor é uma das maiores preocupações da população em todo o país, não apenas no Paraná. Da mesma maneira, a oferta de consultas, exames e cirurgias especializadas também é considerado o principal gargalo no Brasil. “O sistema tem muito a melhorar”, admite. Segundo ele, a meta prioritária da pasta no próximo mandato é colocar em funcionamento 23 centros de especialidades médicas em todo o estado.

Beto encerra o mandato com menor índice de aprovação popular

O governador Beto Richa vai encerrar o 1º mandato com o menor índice de aprovação desde que assumiu o cargo. Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, a administração do tucano é aprovada por 65,42% dos paranaenses. Em novembro de 2011, quando atingiu o maior patamar, Richa era aprovado por 73,62%. E esse índice de 65,42% deve ter caído ainda mais nas duas últimas semanas. Isso porque a pesquisa foi feita antes de Richa anunciar um pacote de aumento de impostos. O levantamento foi concluído em 3 de dezembro, um dia depois de o tucano enviar a proposta do tarifaço à Assembleia. A lei, aprovada pelos deputados, prevê que a alíquota do ICMS sobre uma extensa lista de produtos, que pode atingir até 95 mil itens de consumo popular, passará de 12% para 18% a partir de abril. Também haverá aumento de 40% no IPVA e de um ponto porcentual na alíquota do ICMS da gasolina. 




Fonte: Gazeta do Povo.

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